Dani Cavalier é a artista carioca de quem nasceu e continua nascendo uma obra na qual as mulheres estão no centro: o Biquíni PDF. Nos encontros batizados como “facções”, um molde com diversas possibilidades abraça formas femininas e ganha vida a partir de trocas e observações. Na collab Haight + Zerezes, nossas lentes capturaram um pouco do que é a Dani, e o que ela tem a dizer é música para os nossos ouvidos. Perguntada sobre a influência e inspiração feminina em sua vida, a artista abre os nossos olhos com uma bela metáfora:
“Para mim, ser mulher é como fazer uma trilha à noite, cruzando montanhas em uma mata fechada. E dentro dessa trilha há mulheres no meu caminho. Na medida que consigo vê-las eu aprendo como pisar, onde me seguro, como me expresso. Ao ver a mulher guia na minha frente, firme, e que ainda sorri, eu percebo que não faz muito sentido eu prestar tanta atenção na dor do meu pé. Outras mulheres guias estão bem mais à frente, ao ponto que vejo só a luz que elas levam nas mãos para iluminar seu próprio caminho. Com elas me oriento, aprendo sobre a direção de onde eu vou a longo prazo. E por mais que eu não consiga nem vê-las, eu sei que são mulheres.”
Depois de oito anos de carreira, Dani, que começou na moda praia aos 22 anos, entende que as trocas femininas não apenas influenciam como são, de fato, seu trabalho. Sua força motriz. E que sua motivação é agir de forma sociopolítica no Brasil. E essa vontade se refletiu também num dilema no início da sua carreira: se o artista há de ser sereno e solitário, como apontam os estereótipos, o atelier de Dani é ação, conversa, movimento.